Economia Verde atual envolve redução de tarifas e emilinação de barreiras comerciais, o que culminou num crescimento considerável no fluxo de negócios entre os países
A integração de mercados ocorre desde meados do século 20. Isso tudo resulta em uma economia global. Além disso, a redução de tarifas e a eliminação de barreiras comerciais permitiram um crescimento considerável no fluxo de negócios entre os países. Como consequência da liberalização econômica, ocorreu também um movimento intenso de Investimento Externo Direto entre os principais participantes do comércio mundial. No entanto, para atrair esses investimentos, os destinatários precisaram construir um ambiente econômico favorável, oferecendo segurança jurídica e infraestrutura adequada para o desenvolvimento dos novos negócios. Sendo assim, a atração de novos investimentos ainda guarda uma estreita relação com o ambiente de negócios do receptor. Porém, a natureza do projeto é cada vez mais importante.
Aqui entra a elevada pressão sobre os recursos naturais e o meio ambiente gerou uma crescente demanda por investimentos que contribuam para a construção de uma economia sustentável. Hoje, as potencias econômicas globais preparam a transição para uma economia de baixo carbono, o que pode ter um impacto importante no comércio mundial e na oferta de capital para os países emergentes.
Economia verde
Em contrapartida, os Estados Unidos de Joe Biden vêm perseguindo uma política industrial agressiva na forma de subsídios para a construção da economia verde. Neste caso, apenas para projetos de energia limpa, carros elétricos e semicondutores os recursos públicos investidos chegam a US$ 465 bilhões. Recentemente, no Fórum Econômico Mundial em Davos, a Comissão Europeia anunciou a decisão de mobilizar recursos estatais e um fundo soberano de ajuda para empresas europeias em busca dos incentivos à produção de baixo carbono.
A China prometeu atingir o pico de emissões de gases poluentes até 2030 e se tornar um país neutro em carbono até 2060. Para cumprir essas metas, o país construiu um dos maiores mercados financeiros verdes do mundo, com um saldo total de empréstimos e títulos verdes superior a US$ 3 trilhões.
Apesar da transição para uma Economia Verde ser um dos eventos mais importantes da atualidade, os países emergentes precisam entender o funcionamento desse novo nexo de inserção nas cadeias produtivas globais.
E no Brasil?
O Brasil já acumula experiência na construção da Economia Verde. Prova disso é que em 1975 foi criado o Proálcool e em 2004 o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, ambos com o objetivo de ampliar nossa matriz energética na direção dos combustíveis renováveis. Na região Nordeste, o grande potencial para a produção de energias eólica e solar tem atraído recursos para a infraestrutura de produção de energia limpa. Recentemente, o Banco Europeu de Investimentos e a empresas Neoenergia assinaram um empréstimo de 200 milhões de euros para o financiamento de projetos de energia eólica nos estados da Paraíba, Piauí e Bahia.
Em 2022, a Shell Brasil formalizou uma parceria com a Unicamp disponibilizando R$ 30 milhões em um fundo de pesquisa para a utilização do agave, planta típica de regiões semiáridas, na produção de etanol e biogás. Em Pernambuco, a empresa White Martins conseguiu o certificado para produção do Hidrogênio Verde (neutro em carbono) e planeja a oferta de 156 toneladas do combustível por ano.
O fluxo de Investimento Externo Direto para a Economia Verde deve crescer nos próximos anos. Mas, o caráter sustentável dos projetos vai definir o destino dos recursos. Por fim, o Brasil precisa sair na frente, elaborando projetos para a Economia Verde e adaptando seu ambiente de negócio à nova realidade.
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