Caso Transnordestina faz com que cada governador desta região do país avance na conquista de melhores empreendimentos estruturadores e estratégicos
A governadora Raquel Lyra conversou com os senadores e deputados da bancada no Congresso. O encontro girou em como a chefe do Executivo de Pernambuco precisa tratar a questão da economia do Estado como fator de competitividade regional e nacional. Além disso, por trás daquele discurso amigável de prestígio do chamado Consórcio Nordeste existe uma disputa de identificação e conquista de oportunidades de negócios que não tem muito a ver com a ideia amigável de uma região unida contra as desigualdades.
Caso Transnordestina
Em primeiro lugar, não há nada de amigável. Isso porque cada governador do Nordeste quer avançar na conquista de melhores empreendimentos estruturadores e estratégicos para sua economia objetivando assim a geração de emprego e renda.
O caso Transnordestina é um bom exemplo. Parece claro que, desde a eleição em outubro – até porque não houve transição, uma vez que os governadores do Ceará e do Piauí elegeram seus candidatos – as equipes dos futuros governos já tratavam de projetos comuns como o da ferrovia.
Caso do Piauí
Vale recordar que no caso do Piauí, das sinergias com o Maranhão e em temas como a fronteira agrícola do Matopiba, o quadrilátero foi composto pelos dois estados mais Tocantins e Bahia. Já a questão da produção de energia eólica e solar une os governadores Elmano de Freitas(CE) e Fátima Bezerra(RN), os dois maiores pólos dessa matriz energética.
Revisão de objetivos
Por outro lado, isso vai obrigar que Pernambuco revise os seus objetivos em ralação a Suape, além de conectá-la à Jeep Goiana líder do complexo automotivo para definir o que pretende no curto, médio e longo prazo.
Gestão passada
É necessário ainda revisitar os movimentos da gestão passada como agente de promoção que nos legou a questão do:
- TUP da Maerks e seus reflexos no espaço do Estaleiro Atlântico Sul;
- o terminal de regaseificação;
- o projeto de produção de hidrogênio verde;
- novas demandas Refinaria Abreu e Lima que saiu da rota de privatização para entrar no projeto de conclusão de seu segundo trem;
- e a questão da dragagem do canal interno de Suape objeto de negociação ao final da administração de Paulo Câmara.
Outras promessas de campanha
Em contrapartida, isso não quer dizer que a governadora vai abandonar outros temas que na campanha elegeu como prioridade. Isso inclui a saúde, educação e segurança pública, além da segurança alimentar de quase um terço da nossa população. No entanto, o episódio de Transnordestina é um bom exemplo do que lhe reserva como líder nas ações da área econômica do Estado.
Matriz econômica no caso Transnordestina
O bom nisso tudo é que Pernambuco é um estado que reúne uma matriz econômica, assim como social e ainda oferece oportunidades de grande porte em segmento que pode ir da resolução da questão da água à instalação de novos parques eólicos e solares. Da performance da fruticultura irrigada no Sertão à produção de proteína animal no Agreste apenas para somar aos demais.
Por fim, em relação ao caso da Transnordestina apenas revela que Raquel Lyra deve esperar na hora vender Pernambuco como um estado que está conectado territorialmente a cinco outros e competindo diretamente com eles.
*Foto: Reprodução/Pixabay (FabricioMacedoPhotos)