Aniversário do Recife teve performance das passistas Inaê Silva e Marcela Felipe; no sábado (11), teve esquenta com as visitas temáticas, aulas de música e ensaio do espetáculo “Negras Aboto”
Para festejar os 486 anos da capital pernambucana, o Paço do Frevo teve acesso gratuito para todos os públicos durante todo o horário de funcionamento do último domingo (12), das 11h às 18h. A programação comemorativa contou ainda com visitas mediadas temáticas à exposição “Frevo Vivo”, na ala térrea, intituladas “Doses de Frevo”.
Aniversário do Recife – como foi
Além disso, o aniversário do Recife teve encontro com os educadores do museu, que abordaram a ligação entre territórios e agremiações como Galo da Madrugada, Batutas de São José e Vassourinhas de Olinda sob a temática “Territórios e Agremiações do Frevo”.
Em seguida, ocorreram vivências em dança (aulas curtas para quem quer aprender os passos iniciais do Frevo), ao ar livre, abertas a todas as idades, na Praça do Arsenal, com condução do passista Henrique Braz. Recifenses e turistas puderam também curtir a casadinha “Doses de Frevo” e vivência em dança na sequência nos horários das 11h, 12h, 14h e 15h.
Às 16h, a programação gratuita de aniversário da cidade no museu prosseguiu, seguindo com as ações protagonizadas pelas mulheres neste mês de março. O projeto do Paço “Panorama em Dança” recebeu a “Performance Locomotivas”, um duo das artistas da dança e passistas Inaê Silva e Marcela Felipe. “Performance Locomotivas” é uma provocação em videoarte que trança a linha do tempo, evocando as memórias dos corpos que ferveram pelas curvas do Recife.
Inaê e Marcela apresentaram uma intervenção ao vivo dançando simultaneamente à videodança. A iniciativa das artistas é uma metáfora que fornece energia necessária para o movimento do trem, carregando nos corpos quantidades infinitas de movimentos, avançando assim nos traçados percussivos da história do Frevo. Com chegadas e partidas, provoca o público a viajar pelas palavras, pelos passos e movimentos dos corpos e da luz num estado de improviso.
Esquenta
Todavia, na véspera, no sábado (11), também houve programação especial para esquentar para o aniversário do Recife. Além disso, foram oferecidas as “Doses de Frevo” com a mesma temática especial (“Territórios e Agremiações”) e, na sequência, o público curtiu as vivências em música, com o percussionista e educador social Marcio Rastaman. A casadinha “Doses de Frevo” e vivências em música foi oferecida nos mesmos horários do domingo (12): 11h, 12h, 14h e 15h. O que mudou no sábado (11) é que o acesso ao museu para as “Doses de Frevo” foi mediante ingresso (R$ 10 inteira e R$ 5 meia).
Por fim, às 16h, o Paço recebeu o espetáculo “Negras Aboto” para um ensaio aberto. Protagonizado pelas dançarinas Raquel Araújo e Islene Martins, mulheres negras da periferia, o trabalho homenageia a ancestralidade, as raízes e as intersecções sobre os corpos femininos negros. A peça é composta por 19 mulheres negras da periferia ligadas aos terreiros de religiões de matriz africana. A cantora Isaar França integrou o espetáculo.
Juntas, Raquel e Islene levaram ao palco mitos e forças dos orixás Oxum e Xangô, embalados pelos movimentos inspirados na salsa e nas danças de culturas afro-brasileiras. A poesia também é destaque na peça, com textos das poetisas Edgleice Barbosa e Pollyanne Carlos. O acesso a “Negras Aboto” ocorreu mediante ingresso (R$ 10 inteira e R$ 5 meia).
*Foto: Reprodução/Pixabay (FabricioMacedoPhotos)