Na manhã de terça-feira (5), a empresa de transporte por aplicativo Uber sofreu nova queda de suas ações, que chegaram a cair 8,4%. O movimento aconteceu na véspera do fim do período de lockup e logo depois da companhia registrar dano de US$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre.
Apesar das perdas equivalerem 18% a mais da mesma época em 2018, no trimestre anterior, o déficit foi de US$ 5,2 bilhões. No início da tarde de terça-feira, a ação da Uber recuou 7,4%, sendo negociada a US$ 28,77 na Bolsa de Nova York.
Uber – investimentos em melhorias de serviço
A Uber deseja um dia se tornar de fato uma companhia que gera lucro. Para isso, ela tem feito grandes investimentos com o intuito de melhorar o serviço e ainda conquista uma base maior de clientes. No terceiro trimestre, a empresa registrou faturamento de US$ 3,8 bilhões, 30% superior na comparação anual e mais do que o mercado estimava.
Prejuízo bilionário
No entanto, com o novo prejuízo bilionário e com o fim do período de lockup encerrado ontem (6), o preço do ativo pode ser pressionado para baixo, pois já que está liberada a comercialização das ações adquiridas na IPO, no dia 10 de maio deste ano. Portanto, ainda é estimado que o preço do papel da Uber recue mais. Quem havia comprado papéis da empresa de transporte por aplicativo naquela data, até segunda-feira (4), havia perdido aproximadamente um terço do valor investido.
Na ocasião, o preço de US$ 45 indicado para a operação era visto como baixo por analistas. Porém, a decepção veio logo após a oferta inicial na Bolsa de Nova York. Este dia foi fechado com o ativo desvalorizado em 7,6%.
Além disso, a queda da Uber ficou mais evidente quando a ação passou a ser negociada no mercado secundário. Ainda no segundo de comercialização, o papel da empresa de transporte por aplicativo já acumulava perdas de 17%.
Setor de transporte por aplicativo em baixa
A queda da Uber não é única neste setor de mobilidade urbana. Sua principal concorrente nos Estados Unidos, a Lyft, também abarca do mesmo prejuízo. A empresa que abriu capital este ano, vem acumulando maus períodos na bolsa de valores. Desde o dia em que passou a integrar a lista da Nasdaq até a segunda-feira (4), seus ativos acumulavam uma desvalorização de 40,51%.
Tanto a Uber como a Lyft, enfrentam forte concorrência no setor de transporte por aplicativos. Além disso, ambas estão vulneráveis em relação às regulamentações que tal atividade exige que varia de uma localidade para outra.
Por exemplo, no Brasil, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) determinou que os motoristas da Uber devam ser categorizados como trabalhadores independentes, ao passo que no estado da Califórnia, tais colaboradores são considerados funcionários da companhia.
Enquanto a Uber abocanha prejuízos na bolsa, no segmento de entrega de comida ela tem se saído bem. Prova disso, é que a empresa tem investido em um novo design de drone, que será responsável pelo delivery aéreo, relembre o caso aqui.
Fonte: revista EXAME
*Foto: Divulgação