Estimativas do Itaú Unibanco indicam que houve uma aceleração entre os meses de junho e setembro deste ano
Ao longo do terceiro trimestre, a economia brasileira apresentou uma forte aceleração. Com isso, o registro do ritmo anual de 1% em junho passou para 1,8% em setembro, conforme dados estimados do Itaú Unibanco.
O índice se refere ao próprio indicador calculado pela instituição financeira para realizar a medição de velocidade de crescimento da atividade econômica do país.
Além disso, o Itaú projeta que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) apresente uma ampliação de 1% em 2019. No entanto, esta informação é apenas uma média de desempenho deste ano. Ao final de 2019, o ritmo para o banco está perto de 1,8%.
Ainda de acordo com o Itaú Unibanco, a economia brasileira se desenvolveu em 0,4% no terceiro trimestre deste ano e aumentará 0,7% nos três últimos meses de 2019, sempre em relação à comparação com trimestre anterior.
Expectativas do Itaú para 2020
Para o Itaú, o ano que vem deve apresentar uma expectativa de crescimento médio de 2,2%. Porém, com a economia fechando o próximo ano a um ritmo de 2,6%.
Para o economista-chefe da instituição financeira, Mario Mesquita, boa parte da melhora da economia é atribuída ao processo de queda da taxa básica de juros, que hoje está em 5% ao ano e ainda deve atingir 4% ao ano no começo de 2020, conforme projeção do banco. Em declaração durante a apresentação dos dados, ele afirmou:
“A economia deve chegar, por volta de 2021, ao pico anterior à crise [de 2015/2016]. A política monetária está tendo e ainda vai ter mais efeito à frente, na medida em que os juros forem caindo. A economia global deve ajudar também nessa retomada da atividade aqui no Brasil. Pelo menos o mundo não está em contração.”
Empregos formais
Além disso, os dados sobre geração de empregos formais já mostram a criação de vagas em ritmo compatível com um PIB perto de 2%, por exemplo, revela o economista do Itaú Unibanco, Luka Barbosa. Ele também citou indicadores positivos no crédito a pessoas físicas e jurídicas e ainda ressaltou os números positivos anunciados recentemente, em relação aos setores de serviços e varejo:
“O motivo é principalmente o crescimento do crédito privado, estimulado por uma taxa de juros muito baixa.”
Crescimento ligado bens de consumo
Para o Itaú Unibanco, o crescimento de 2019 estará mais relacionado ao consumo. No entanto, é esperado uma aceleração do investimento em 2020. Sobre isso, o economista da instituição, Fernando Gonçalves concluiu:
“Vai ser mais consumo do que investimento. A gente tem visto empresas mais ligadas a varejo com otimismo maior que as demais. Um varejo mais ligado a crédito tem tido performance melhor do que setores ligados à renda, num cenário de desemprego mais elevado, mas com retomada do crédito no país.”
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação