Segundo o Tesouro Nacional, motivo do valor da dívida pública federal está atrelado à pandemia
A dívida pública federal cresceu 2,59% em um mês e chegou a R$ 4,526 trilhões no mês de setembro. Além de ter um prazo menor de pagamento e custo mais caro. Os números surgem diante da maior preocupação de investidores com novas ondas da Covid-19 em diferentes países e com a política fiscal brasileira.
Dívida pública federal – motivo do atual valor
Para o Tesouro Nacional, o cenário doméstico e as incertezas sobre o direcionamento da política fiscal contribuíram para pressionar os prazos intermediários e longos da curva de juros futuros.
Já o cenário externo foi estimulado pelas preocupações do mercado com uma potencial segunda onda de infecções do novo coronavírus na Europa e a frustração em relação a novos estímulos na economia.
Em análise, o Tesouro ainda afirmou:
“O aumento da aversão ao risco entre os investidores foi um dos principais vetores condicionantes dos mercados no mês de setembro.”
Governo federal
Por outro lado, o governo federal e seus aliados deram no decorrer dos últimos meses indícios trocados sobre a condução da política econômica. Mesmo ao dizerem que há um desejo de ampliação do programa Bolsa Família, por exemplo, ainda não foi anunciada uma solução definitiva para a iniciativa ser executada sem infringir o teto de gastos.
CDS brasileiro
Contudo, em meio às incertezas sobre a real disposição do governo em conquistar um equilíbrio fiscal, o CDS (Credit Default Swap, indicador de risco) do Brasil registrou aumento de 16,1%, encerrando mês em 250 pontos base. Portanto, o número ultrapassou pares como a Colômbia (152), México (152), Peru (77) e Chile (69).
Taxas maiores
Além disso, as preocupações levaram os investidores a cobrar taxas maiores para emprestar ao país a longo prazo. Em contrapartida, o tesouro tem buscado emitir títulos a prazos mais curtos (beneficiados pelos juros de curto prazo mais baixos).
Diante desse cenário, o prazo médio da dívida pública apresentou uma redução de 3,9 anos, em agosto, para 3,83 anos, em setembro. Já o custo médio acumulado nos últimos 12 meses teve alta de 8,54% ao em agosto, para 8,72% ao ano em setembro.
Investidores estrangeiros sobre a dívida pública federal
Todavia, os investidores estrangeiros também elevaram a participação na dívida pública federal interna de 9,4% em agosto para 9,44% em setembro. Este foi o segundo crescimento do percentual depois de cinco meses consecutivos de queda.
Expectativa de novos estímulos
De acordo com observação do Tesouro Nacional, em relação ao mês de outubro, os dados prévios indicam que as expectativas de novos estímulos econômicos nos EUA têm colaborado para melhorar o ambiente dos mercados.
Por fim, o CDS do Brasil acompanhou o movimento observado em outros países e registrou queda de 14,9% neste mês. Com isso, foi atingido o valor de 212 pontos base no dia 23 (redução mais tímida que de todos os pares internacionais acompanhados pelo Tesouro, que tiveram retração de 19,8% a 24,1% no período).
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