Autódromo de Tarumã é considerado uma lenda do esporte, onde heróis da Stock Car falam do trajeto que desafia a técnica e a coragem dos pilotos; categoria não compete no traçado desde 2017
Neste ano, a Stock Car está de volta às suas origens, uma vez que sua próxima etapa será realizada no Autódromo Internacional de Tarumã, em Viamão, na região metropolitana Porto Alegre (RS).
Autódromo de Tarumã
Anos atrás, mais precisamente em 22 de abril de 1979, o Autódromo de Tarumã deu seu pontapé inicial na história da Stock Car, principal categoria do automobilismo na América do Sul. Nesta época, o país contava com grandes pilotos, como o gaúcho da cidade de Pelotas, Renato Conill, entre outros.
Agora, após quase seis anos, o autódromo do Rio Grande do Sul receberá uma prova da Stock Car. A pista de Tarumã é uma das mais tradicionais do esporte a motor brasileiro e, também, uma das mais desafiadoras pelas características técnicas únicas e pelas altas velocidades impostas ao longo de pouco mais de três quilômetros de extensão.
Segundo tricampeão da Stock Car Chico Serra, “ser rápido em Tarumã não é para qualquer um”.
Além disso, o ex-piloto de Fórmula 1 diz em uma frase que era uma espécie de slogan de Tarumã nas décadas de 70, 80 e 90, e que expressa a opinião de Ingo Hoffmann e Paulão Gomes, outras lendas que foram uma espécie de ‘trindade’ do automobilismo:
“Tarumã separa os homens dos meninos pelos riscos que envolvem uma volta na pista. É preciso habilidade, sim. Mas também muita coragem.”
Pista desafiadora
Serra também detalha que tarumã sempre foi uma pista bastante desafiadora:
“Eu, particularmente, gosto demais de pilotar lá. É um dos meus traçados preferidos: simplesmente muito rápido. Ao mesmo tempo, as voltas são curtas. Então é tudo muito dinâmico. Lembro que as áreas de escape eram pequenas, o que a tornava ainda mais desafiadora em razão das suas curvas de alta velocidade. É um mix ao mesmo tempo tentador e perigoso.”
Maior vencedor nas pistas de Tarumã
Já o piloto de Stock Car que mais venceu em Tarumã foi Ingo Hoffmann, oito vezes primeiro colocado no icônico traçado. “Tarumã é uma pista raiz, mesmo”, opina ele.
“É muito rápida, com média horária alta, não tem muitas áreas de escape – uma mistura que desafia qualquer a gente. E também intriga. Corri lá pela primeira vez em 1974. Quando chegava em Tarumã e via aquelas curvas 1 e 2, 8 e 9, levava algumas voltas para me adaptar. Era diferente das outras. Eu adorava correr lá.”
Circuito gaúcho ‘um tento traiçoeiro’
Por outro lado, o dono de quatro vitórias em Tarumã, Paulão Gomes enfatizou o fato de o circuito gaúcho ser um tanto traiçoeiro.
“É uma pista com muitos macetes. Se o piloto achar que sabe tudo, pode se estrepar.”
Ele relembra ainda de forma bem humorada que, ao mesmo tempo em que sugere se tratar de um aviso aos incautos, “agora, a pista está bem melhor, mais segura do que anos 70 ou 80”. Porém, quem pilota em Tarumã precisa ficar esperto.
Paulão relembrou um momento marcante de sua carreira em Tarumã.
“Gostava muito das curvas 1 e 2, as mais rápidas e desafiadoras. Lá, os carros vinham ‘pendurados’, como a gente definia quando vínhamos derrapando, no limite da aderência. Tenho dali a lembrança de uma ultrapassagem, de Stock, por fora, que é muito mais arriscado. Foi tudo ou nada. Ninguém gosta de ser ultrapassado por fora. Então não vou dizer em cima de quem foi. Mas te garanto que foi uma cena inesquecível.”
Etapa em Tarumã
O fim de semana em Tarumã começou na sexta-feira com o shakedown e o primeiro treino livre. Hoje, houve mais uma sessão de treino antes da classificação, enquanto as duas corridas acontecem amanhã (21).
*Foto: Reprodução/Flickr (PlayPress Assessoria de Imprensa – https://www.flickr.com/photos/playpress/8592471652/)