Mercado livre de energia envolve a expansão dos negócios da companhia de energia mineira
A Cemig está em negociações para potenciais parcerias com bancos ou grupos de telefonia. O objetivo é acelerar a expansão de seus negócios no mercado livre de energia. Para isso, a meta já é bastante ambiciosa: alcançar 20% dos clientes de ‘varejo’ nesse segmento, disse à Mover o vice-presidente de Comercialização, Dimas Costa.
Mercado livre de energia
O chamado mercado livre de energia é como um atacado, onde clientes com grande consumo como empresas podem negociar contratos e preços com geradores e ‘tradings’. Entretanto, as exigências para operar nesse nicho foram diminuídas agora, a partir de janeiro, em um movimento visto como o primeiro passo para trazer clientes ‘varejistas’ para o segmento.
Expansão
De olho nessa expansão, grupos do setor têm anunciado parcerias com bancos ou companhias de telecomunicações, por exemplo, para somar esforços comerciais. Recentemente, a Auren anunciou uma joint venture com a Vivo, enquanto a Comerc Energia, da Vibra, anunciou parceria com o Itaú Unibanco, e a 2W se juntou à Oi.
“Nós estamos em negociações com alguns bancos, inclusive conversamos com o Itaú. E com empresas de telefonia. Esse movimento vai abrir um potencial mercado de até 200 mil clientes. E acredito que até 2026 isso vai acontecer com uma velocidade muito grande”, disse Costa, em entrevista por telefone.
Vale lembrar que em 2023, a Cemig realizou algumas transações comerciais, além de vender a totalidade de sua participação na Renova Energia para o grupo Angra Partners, que tem como CEO, o empresário Alberto Guth.
Líder de mercado para clientes finais
O VP ainda detalhou que hoje a Cemig é líder no mercado de comercialização para clientes finais, possui 15% do mercado. Agora, o desafio é manter essa liderança. Porém, a meta da empresa no mercado varejista é ambiciosa, “nós queremos 20% do mercado brasileiro. É um ‘market share’ que queremos buscar nos próximos três anos.
E-commerce de eletricidade
Para isso, a Cemig (BOV:CMIG3) (BOV:CMIG4) lançou um e-commerce de eletricidade, e está apostando em campanhas de marketing específicas. “Estamos nos preparando, o mercado está muito competitivo. Você pode ver que toda hora se criam comercializadoras, há notícias de associações de comercializadoras com bancos, com empresas de telefonia. É um movimento muito grande”, disse Costa.
Descontos
Contudo, para atrair os clientes, a Cemig oferece descontos de até 35% em relação à energia vendida por distribuidoras, e com certificação de origem renovável. Além disso, as condições estão atrativas devido à sobreoferta no mercado elétrico, após chuvas favoráveis nos lagos das hidrelétricas.
Segmento varejista
Por fim, a abertura do mercado livre de energia para empresas menores, o chamado segmento “varejista”, foi aprovada pelo Ministério de Minas e Energia em 2022, no governo Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, em dezembro, o presidente Lula fez críticas ao mercado livre elétrico, e defendeu mudanças no segmento, dizendo que “o povo pobre está pagando mais” pela energia do que empresários.
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/campos-de-parques-eolicos_20082568