Feijão pernambucano é cultivado por meio da agricultura familiar e é apontado como de boa qualidade, fazendo do Agreste a melhor área de plantio e de grãos
Hoje, o feijão possui bastante relevância para o Brasil. Prova disso é que entre janeiro e junho deste ano, o país exportou 51,41 mil toneladas de feijão, volume 15,51% superior à média do mesmo período nas últimas cinco safras.
Os dados são do boletim AgroConab, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Por meio dele, foi demonstrada a importante participação do item para os negócios brasileiros.
Feijão pernambucano – contribuição
O feijão pernambucano, mesmo não sendo uma referência nesta região do país, seu desempenho é visto como positivo, conforme dados do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). No estado, o principal plantio é do feijão comum e do feijão-caupi.
Também chamado de feijão de arranca, o tipo comum tem seu cultivo feito no Agreste Meridional, Sertão do Araripe e Sertão irrigado. Em contrapartida, o feijão-caupi é cultivado em todas as regiões do estado, principalmente no Sertão e Zona da Mata.
O feijão-caupi ocupa uma área de 160 mil hectares, com uma produtividade de aproximadamente 400 quilos por hectare, e uma produção anual de 64 mil toneladas, como projetado para este ano. Em 2020, com a pandemia da Covid-19 mais forte, apenas 140 mil hectares foram plantados, resultando em uma produção de 56 mil toneladas.
Por outro lado, o feijão comum (Carioca, Preto, Mulatinho e outras cores ou tipos) é cultivado em torno de 120 mil hectares, com produtividade de 600 quilos por hectare. E no ano passado, seu plantio foi de 80 mil hectares.
Condições climáticas
De acordo com Antônio Félix, pesquisador do IPA, para projetar a produção do feijão estadual em 2021 é necessário considerar as condições climáticas:
“Devemos levar em consideração que neste ano as chuvas foram poucas em todo o período de produção, acarretando em uma diminuição da previsão de colheita. Nossa produtividade poderia ser aumentada se houvesse uma assistência técnica para todo produtor, que orientasse para usar os padrões técnicos mais próximos da realidade.”
E ainda ressaltou o feijão pernambucano:
“Vale a pena procurar o feijão pernambucano, por ser feito por uma agricultura familiar, uma família pequena que usa menos produtos químicos, tem uma produção próxima da ecológica, é muito bom, com uma excelente qualidade.”
Consumo familiar e de venda
Dentre as produtoras do grão em Pernambuco, a agricultora Patrícia Moreira, revela que planta feijão preto para consumo familiar e feijão carioca, oriundo do Instituto Agronômico de Pernambuco, para venda. Para ela, a plantação possibilita um bom sustento familiar durante o ano, além de ser uma boa fonte de renda no Sítio Lagoa Grande, no município de São João, no Agreste pernambucano.
“Temos uma plantação de seis hectares que é para nossa alimentação e nossa produção comercial. Para nós agricultores é muito importante o plantio por ser uma fonte de renda. Com a colheita, temos uma renda a mais e isso nos ajuda bastante.”
Chuvas
Patrícia finaliza afirmando que em épocas de boas chuvas, a produção atinge um melhor retorno financeiro.
“A gente passa o ano no planejamento e executamos a colheita. Quando a chuva vem na época boa, o resultado é melhor, mas quando não vem ainda assim conseguimos tirar uma boa renda. É muito positiva pra nós essa plantação e gera uma boa fonte de renda.”
*Foto: Reprodução/G1