Longa “Meu nome é Bagdá” é livremente inspirado no livro “Bagdá — O skatista”, de Toni Brandão, lançado em 2009, porém centrado na figura de um menino
Na última sexta-feira (28), foi anunciado no Festival de Berlim que o filme brasileiro “Meu nome é Bagdá”, da diretora paulistana Caru Alves de Souza, levou o Grande Prêmio do Júri Internacional da Mostra Generation14plus, que é voltada a produções que retratam a realidade da juventude ao redor do planeta. Esta é a primeira vez que o Brasil é premiado no festival alemão.
Meu nome é Bagdá – decisão do júri
O filme brasileiro conquistou o júri internacional, composto por Abbas Amini, Rima Das e Jenna Bass. Eles destacaram a liberdade como elemento presente na obra da cineasta, “recheada de lindas amizades, música, movimento e solidariedade”.
“Meu nome é Bagdá” acolhe diferentes aspectos das questões de gênero e lutas feministas a partir da experiência da personagem-título, que se veste e age como um garoto. Quem dá vida a ela é a skatista Grace Orsanato. Na trama, ela é a única garota a frequentar a pista de skate do bairro. No entanto, com sua atitude, abre caminho para mais meninas.
Em declaração ao jornal O GLOBO, Caru reforça o protagonismo feminino em seu longa:
“O filme é dominando por mulheres fortes, que não precisam sofrer ou fazer papel de vítima para testar a força que têm.”
Ela também revela que a importância da construção dos laços entre as mulheres:
“Percebo hoje que as mulheres se sentem mais fortalecidas pelos laços que constroem entre elas. Sentem-se mais fortes quando estão juntas, atuando coletivamente, do que quando buscam soluções individuais para seus problemas.”
“Bagdá — O skatista”
O filme “Meu nome é Bagdá” é livremente inspirado na obra literária “Bagdá – O skatista”, do autor Toni Brandão, lançada em 2009. Ao contrário do livro, que é centrado na figura de um garoto, a versão imaginada por Caru mudou de ponto de vista com o passar dos anos e, quando o projeto foi retomado, a partir de 2014, a diretora absorveu os crescentes questionamentos sobre gênero e disputas identitárias.
Além da produção de Caru, o país também concorreu na mostra principal, com o longa-metragem “Todos os mortos”, da dupla de diretores Caetano Gotardo e marco Dutra,
O Brasil concorreu também na mostra principal (Urso de Ouro), com “Todos os mortos”, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, que foi vencida pelo filme “There Is No Evil”, do diretor iraniano Mohammad Rasoulof.
Fonte: O GLOBO
*Foto: Divulgação