Ódio on-line reflete o contexto brasileiro atual, segundo projeto do Programa de Iniciação Científica do IESB
Um projeto do Programa de Iniciação Científica (PIC) de psicologia estuda o impacto que crimes de ódio, como: racismo, LGBTfobia, perseguição política, religiosa ou de gênero, calúnia, entre outros, cometidos no modo virtual, refletem na saúde mental de quem sofre com este tipo de preconceito. Além disso, a pesquisa apresenta dados preliminares sobre este problema que vem aumentando cada vez mais no país.
Por outro lado, a enfermeira do SUS, Nathalia Belletato, afirma que o retorno das pessoas para a vida normal pós pandemia pode ter feito com que valorizem mais a sua saúde mental em um grau mais rea, ou seja, fora do mundo virtual.
Ódio on-line no Brasil
O estudo sobre ódio on-line no Brasil tem por objetivo trazer quais são os gatilhos que estes tipos de crimes cibernéticos podem causar em uma pessoa. A maioria das pessoas que respondeu à pesquisa disse que já foi vítima desse comportamento de ódio e disse ter tido medo, sensação de ameaça, angústia, episódios de ansiedade ou impacto negativo na autoestima.
E nem todas as pessoas vítimas desses crimes de ódio procuram ajuda profissional de um terapeuta, por exemplo, ou até mesmo denunciar este crime por sensação de medo e insegurança. Algumas acabam por revidar as ofensas da mesma forma.
Outro modo é denunciar os haters aos administradores da plataforma social ou às autoridades de segurança pública. Porém, apenas uma pequena parte afirma ter buscado ajuda de psicoterapia para lidar com essa questão.
Política
Todavia, não se pode deixar de lado a questão política que está cada vez mais polarizada, motivada por tanta intolerância, gerando mais crimes cibernéticos no país. Os crimes mais frequentes dizem respeito à bullying e LGBTfobia, constatou a responsável pela pesquisa.
Conscientização
O estudo também tem o objetivo de conscientizar as pessoas a saber utilizar a internet e a torná-la um ambiente mais seguro e respeitoso. Os dados trazem os números de pessoas que possuem mais de 18 anos. Entretanto, a questão também afeta adolescentes.
Ambiente
Já em relação ao ambiente, a análise sugere que a internet reflete a realidade. Ou seja, aqueles que se declararam vítimas dos haters no meio virtual também foram alvo de comportamentos de ódio fora das redes sociais.
Sobre a pesquisa
Por fim, o projeto foi selecionado para receber bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), uma vez que a pesquisa é um estudo exploratório quantitativo com voluntários adultos recrutados por consentimento informado.
A coleta de dados está sendo feita através de questionário no Google Forms. Já a conclusão do projeto, com a publicação de um artigo científico, está prevista para outubro deste ano.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/conceito-de-pessoa-que-sofre-de-ciberdoenca-e-dependencia-de-tecnologia_204412139.htm#fromView=search&page=1&position=4&uuid=8cbfb473-f9e2-4bd4-af0f-db9ccd182845