Fragmentos de óleo em Fernando de Noronha foram encontrados a partir de sexta-feira (13)
Uma grande quantidade de fragmento de óleo foi encontrada a partir de sexta-feira (13) em praias de Fernando de Noronha (PE). Já a primeira coleta foi realizada na manhã de sábado (14). Na ocasião, foram retirados 181 kg de piche das praias do Leão (mais crítico), Caieras, Sueste, Atalaia e Abreu. Todas elas estão voltadas para o oceano Atlântico, banhadas pelo chamado “mar de fora”.
Óleo em Fernando de Noronha
De acordo com a chefia do Parque Nacional da ilha de Fernando de Noronha:
“A coleta prosseguirá hoje [sábado] durante toda a maré baixa com articulação de voluntários para a praia do Leão, que é o ponto de maior incidência de material. Serão coletadas amostras para avaliação da procedência do material e todo o resíduo está sendo acondicionado e destinado seguindo os protocolos exigidos para resíduo perigoso.”
Vale lembrar que em agosto de 2019, grandes manchas de óleo atingiram os noves estados do Nordeste e mais os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, no Sudeste.
Em agosto de 2019, grandes manchas de óleo atingiram os nove estados do Nordeste e mais os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, no Sudeste. As manchas apareceram ainda em outubro na região do Grande Recife.
Sem identificação
Todavia, os crimes ambientais de proporções inéditas no Brasil seguem sem identificação de um responsável. A primeira etapa da investigação conduzida pela Marinha, encaminhada há um ano à Polícia Federal, indicou que o óleo foi derramado a aproximadamente 700 km da costa e levou 40 dias para chegar ao litoral. Entretanto, a investigação não conseguiu identificar os causadores do desastre.
Primeiras manchas
As primeiras manchas de petróleo foram registradas no dia 30 de agosto de 2019, na Paraíba. Um ano depois, foram recolhidos 5.300 toneladas de óleo em 1.013 localidades de 11 estados brasileiros. Muitos voluntários realizaram o trabalho de coleta.
Plano de Contingência
O Plano de Contingência foi acionado pelo governo federal 43 dias após a chegada das manchas à costa. A partir daí, a retirada do óleo começou a ser realizada de forma coordenada por Forças Armadas e Petrobras, além de órgãos ambientais federais, estaduais e municipais.
No ano passado, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), relator da comissão do Senado que acompanhou as ações de enfrentamento ao óleo.
“O Plano de Contingência não só demorou a ser acionado como foi acionado apenas parcialmente. O trabalho foi feito de forma assustadoramente precária e improvisada.”
Além disso, um ano depois, o óleo continuava chegando ao litoral em pequenas quantidades com a movimentação das marés e correntes marítimas. E ainda deixou um rescaldo de danos para as comunidades tradicionais que vivem do mar.
*Foto: Divulgação