Papel do Conselho na Liderança e Sucessão é o de definir não apenas diretrizes, mas atrelar o desenvolvimento dos líderes à estratégia do negócio
Atualmente, existe um apagão de liderança nas empresas, escolas, famílias, comunidades, mundo político. Ou seja, há uma escassez de líderes.
Prova disso é que, nos últimos 10 anos, diversas pesquisas conduzidas pela Empreenda Consultoria, em parceria com veículos de comunicação de renome no Brasil, apontam que faltam líderes, em quantidade e qualidade, suficientes para sustentar a estratégia das empresas. Essa constatação é no mínimo preocupante.
Papel do Conselho na Liderança e Sucessão
Neste caso, em nenhuma das edições, o percentual de CEOs que responderam a pesquisa e disseram não ter líderes suficientes para sustentar a estratégia foi menor que 60%. Portanto, hoje, o pepal do Conselho na Liderança e Sucessão é fundamental, uma vez que há o fator de competitividade e de perpetuidade em qualquer empresa.
Capital Humano
Além disso, o tema Capital Humano não está na lista de prioridades do C-level e do Board das empresas. Isso porque, no geral, as empresas que possuem um Conselho (seja de administração ou consultivo) costumam optar por criar um Comitê de Pessoas. No entanto, na prática fica debatendo sobre políticas salariais, bônus e demais benefícios, sempre com aquele viés de custo.
A verdade é que o Conselho tem que puxar o tema, ser o guardião do Capital Humano, definir não apenas diretrizes, mas atrelar o desenvolvimento dos líderes à estratégia do negócio.
Pesquisa Deloitte
Recentemente, uma pesquisa da Deloitte prevê uma repaginação dentro das empresas em que projeta o fim dos cargos, o que pode impactar o capital humano, uma vez que os cargos desempenham um papel importante na estrutura organizacional e na distribuição de responsabilidades. Além disso, também nesta pesquisa, o conselheiro administrativo Ernesto Heinzelmann ainda alerta para o “apego aos cargos” devido ao status e reconhecimento no mundo externo ao da empresa.
Critérios do Conselho
Por outro lado, o Conselho tem que definir critérios e acompanhar de perto a implementação de um plano para identificação e desenvolvimento de potenciais sucessores, em todos os níveis da empresa, inclusive no próprio Conselho.
Portanto, garantir o grau de encaixe das lideranças com a estratégia, a prática da cultura e dos valores da empresa, certificar-se da qualidade dos times estratégicos e operacionais são questões que devem estar na agenda estratégica.
Sendo assim, os órgãos de Conselho têm a responsabilidade de criar mecanismos e políticas que possam proporcionar as melhores condições para o desenvolvimento humano. Tais políticas podem incluir o fomento de programas educacionais e de formação profissional, a criação de políticas de salário, benefícios e a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Vantagens, oportunidades e desafios
Além disso, o Conselho deve debater questões relacionadas ao capital humano a partir do ponto de vista das vantagens, oportunidades e desafios que a economia enfrenta ao desenvolver uma base de colaboradores qualificados. E é esta avaliação que pode ajudar a identificar os melhores meios de desenvolver o capital humano e eliminar desperdícios humanos, maximizando resultados econômicos.
Por fim, é preciso, talvez, criar uma espécie de masterplan do Capital Humano ou da Liderança como principal legado de um Conselho Consultivo que queira de fato dar perpetuidade e sustentabilidade ao negócio.
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