Prêmio Banco do Brasil de Tecnologia Social deu o primeiro lugar a projeto educacional da cidade de Itambé, no Pernambuco. Vencedores foram anunciados em cerimônia realizada em Brasília
Produção de conhecimento a partir da realidade onde se vive. Este é o mote de duas iniciativas de Pernambuco que chamaram a atenção no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Os vencedores foram anunciados semana passada, em uma cerimônia realizada em Brasília. O projeto social desenvolvido pela Escola Frei Orlando, em Itambé, na Mata Norte do Estado, ficou em primeiro lugar na categoria Educação, recebendo de R$ 50 mil. Já a outra iniciativa vem da município de Ibimirim, no sertão, criado pelo Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), que conquistou a terceira posição, no segmento Mulheres na Agroecologia, com um aporte de R$ 20 mil.
Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social
Desde 2001, o prêmio nacional é entregue a cada dois anos. Esta é a décima edição, portanto, em que projetos e políticas inovadoras são apoiados. Para todos eles, o foco é na solução de problemas e qual melhoria de vida o advento pode trazer às comunidades.
Das 801 iniciativas inscritas neste ano, 24 delas foram contempladas e divididas em categorias: Cidades Sustentáveis, Educação, Geração de Renda e Meio Ambiente. Além disso, na edição 2019 foram adicionadas três premiações especiais: Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico, Mulheres na Agroecologia e Primeira Infância.
Já na categoria internacional, três projetos sociais foram premiados, vindos da República Dominicana, Colômbia e Guatemala.
Os valores das premiações foram respectivamente de: R$ 50 mil (primeiros lugares); R$ 30 mil (segundos lugares); e R$ 20 mil (terceiros lugares).
Projeto social de Itambé
Em primeiro lugar na categoria Educação e com isso desbancando projetos sociais de São Paulo e Minas Gerais, que ficaram segundo e terceiro lugares, respectivamente, está a iniciativa da a Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Frei Orlando, de Itambé.
Com o projeto “Vamos encurtar essa história?”, criada há três anos pelo professor de artes Jayse Antônio Ferreira, a iniciativa abrange conteúdos de várias disciplinas, incentivando a criação audiovisual. A princípio, eram os alunos do 2º ano que produziam curtas-metragens, focados em histórias já existentes, como do game Minecraft e do universo Harry Potter. Em entrevista ao jornal Folha de Pernambuco, o professor de artes disse:
“Quando eu vi que eles já estavam bons nisso, sugeri que fizessem um filme autoral. E aí tive que abrir uma seleção de atores porque toda a escola queria participar. E eles criaram um roteiro sobre uma problemática da comunidade, com dois motoristas que bebem e dirigem e causam um acidente. Foi muito bom e fizemos uma exibição para a comunidade. Agora, com o dinheiro do prêmio, vamos montar uma estrutura para um fazer um cinema de rua e incentivar outras escolas”.
Já para Vânia Barros, gestora da escola, os jovens serem reconhecidos também é importante:
“Nós temos 495 alunos que passam o dia todo na escola. Eles deram um show e queremos que sejam protagonistas da própria história”.
Prêmio na categoria: Mulheres na Agroecologia
O outro projeto pernambucano que conquistou a terceira posição na categoria Mulheres na Agroecologia foi o Programa Educacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável (Peads), do Serviço de Tecnologia Alternativa. A iniciativa partiu do princípio de usar uma metodologia de pesquisa para que escolas e organizações estudem a realidade social e as prioridades da comunidade onde residem. Com isso, é criado um estímulo de estudantes à produção científica, além de promover uma assistência técnica a mulheres que vivem da agricultura.
Este método foi desenvolvido há 30 anos e atualmente PE aplicado em unidades de ensino de Vicência e Glória do Goitá, na Zona da Mata, e também em comunidades agrícolas de Ibimirim, no Sertão.
Sobre esta questão, Abdalazis Moura, idealizador do programa, ressaltou:
“A agroecologia nos faz ver que o campo não é um lugar do atraso. Muito pelo contrário, possibilita o desenvolvimento. Agora vamos criar uma plataforma para ensino à distância dessa metodologia”.
Fundação Banco do Brasil
Asclepius Soares, presidente da Fundação Banco do Brasil explica que com o prêmio promovido a estas iniciativas, surge o reconhecimento e o sucesso:
“São tecnologias simples, de fácil aplicação, que podem ser utilizadas pelas pessoas para resolver problemas, muitas vezes, complexos.”
O Prêmio de Tecnologia Social deste recebeu 801 inscrições e desse total, 123 iniciativas foram certificadas pela instituição para fazerem parte do Transforma, uma plataforma online que integra projetos de inovação social de todo o Brasil. Dos 24 finalistas para receber o prêmio, há projetos sociais de 12 estados, além do Distrito Federal.
Fonte: Folha de Pernambuco
*Foto: Divulgação / Fundação Banco do Brasil