Saúde mental de policiais está em risco em Pernambuco do momento em que só há 3 psiquiatras para aproximadamente 17 mil policiais; dados foram divulgados em evento
A saúde mental dos profissionais da segurança pública e a urgência de ações para a promoção da saúde e prevenção de adoecimento no setor foi tema de discussão de uma audiência pública realizada nesta quarta (6), pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na sede da instituição.
Saúde mental de policiais
Uma das principais dificuldades apresentadas no encontro sobre saúde mental dos policiais foi a necessidade de ampliar os atendimentos para responder à demanda das polícias Militar e Civil. Segundo a psiquiatra do Centro Médico Hospitalar da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro de Pernambuco, capitã Ludmilla Vasconcelos, a unidade possui apenas três psiquiatras vinculados à PM para atender a todos os profissionais do estado e o último concurso para médicos foi em 2008.
A instituição passa atualmente por mais situações delicadas, contando somente com cinco psicólogos e dois assistentes sociais. Portanto, a saúde mental desses profissionais é um grande desafio dentro das corporações.
Além disso, o meio policial não enxerga com bons olhos a fragilidade e a vulnerabilidade. Ou seja, esconder o que não está bem é ainda pior.
Atendimento humanizado
O objetivo é atender os policiais de um modo humano, porém, sem deixá-lo fragilizado. A PMPE já adotou algumas medidas para enfrentar a questão como a criação do Núcleo que promove palestras, visitas e atendimentos online e presencial.
Segundo a unidade, em 2024 foram realizados 334 atendimentos presenciais e 2.329 online para policiais da ativa. E 95% dos policiais acompanhados por psicólogos também são atendidos por psiquiatras.
Há psicólogo de plantão, e estão acompanhando a tropa de perto.
Aumento dos atendimentos
É necessário aumentar os atendimentos dentro dos batalhões, além de realizar palestras e ampliar o Programa Tamo Junto. É preciso romper com o preconceito.
Por sua vez, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental da Alepe, deputado Joel da Harpa, comunicou durante o encontro que o colegiado continuará acompanhando a situação dos profissionais de Segurança do Estado.
Após o encontro será elaborado um diagnóstico geral para apresentar ao Poder Executivo. A ideia é recorrer também ao Governo e cobrar uma atenção especial nesta área.
A iniciativa do debate foi da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental da Alepe, presidida pelo deputado Joel da Harpa (PL). Participaram ainda da audiência pública a diretoria de Articulação Social e Direitos Humanos da PMPE, representando o comando geral, e a representante do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco.
Fonte: Foto de Thales Antonio na Freepik