Nos últimos anos, a demanda por reversão de procedimentos estéticos tem chamado atenção de clínicas e sociedades médicas. Dados da American Society of Plastic Surgeons (ASPS), mostram aumento crescente na busca por dissolução de preenchedores e correção de intervenções consideradas excessivas ou com resultados incompatíveis com o desejo atual dos pacientes.
O movimento acompanha um fenômeno global identificado por pesquisas de comportamento: a preferência por resultados mais discretos. O médico e cirurgião dermatológico, Dr. Stanley Bessa, observa isso na prática clínica. “Muitos pacientes chegam ao consultório pedindo para reduzir ou desfazer procedimentos feitos há anos. Eles querem retomar uma aparência que consideram mais autêntica.”
Por que as pessoas querem desfazer procedimentos?
Segundo levantamento da The Aesthetic Society, publicado em 2024, parte dos pacientes relata arrependimento relacionado à perda de naturalidade facial, assimetria ou insatisfação com transformações percebidas ao longo do tempo.
Mudanças em padrões estéticos também influenciam a decisão, mas também entram na lista de reversão casos de migração de preenchedores, nódulos tardios e distorções discretas.
Dr. Bessa aponta que a percepção pública do “excesso” também tem sido determinante. “A hipercorreção tornou-se um ponto de atenção. O paciente quer harmonização, não transformação. Isso faz com que a reversão seja vista como um caminho para recuperar equilíbrio.”
Estética mais consciente
Recentemente a Associação Paulista de Medicina (APM) divulgou uma análise indicando que a reversão ganhou força por representar uma mudança de comportamento com foco no “fazer melhor” ao invés do “fazer mais”.
“Hoje, o paciente busca decisões mais informadas. Ele quer entender a indicação real de cada procedimento e, quando percebe que algo não dialoga mais com sua identidade, opta pela reversão.”
Técnicas seguras e individualizadas
Entre os métodos mais utilizados estão a hialuronidase para dissolução de ácido hialurônico e a abordagem cirúrgica em casos de fibroses ou complicações tardias. O processo requer avaliação detalhada e análise da estrutura original do paciente.
O dermatologista explica que a reversão exige cuidado, porque cada substância e cada técnica tem um comportamento diferente no organismo. “O objetivo é recuperar harmonia, não apenas ‘apagar’ um procedimento.”
Ele reforça que, em muitos casos, a reversão parcial, e não total, oferece melhores resultados. Ainda na visão do médico cirurgião, esse movimento está alinhado a uma estética que acompanha o envelhecimento natural, com intervenções pontuais e coerentes com a anatomia.
Um movimento que redefine o futuro da estética
A busca pela naturalidade e pelo equilíbrio irão moldar o futuro da estética, sendo que a reversão continuará crescendo como parte dessa tendência. O foco passará a ser intervenções proporcionais, sustentáveis e alinhadas a expectativas reais.
“Estamos diante de uma mudança importante. A reversão revela que o paciente está mais consciente e mais atento ao próprio rosto. Esse é o caminho da nova estética: individualizada, moderada e conectada ao que cada pessoa deseja expressar”, conclui.
Sobre o Dr. Stanley Bessa

Dr. Stanley Bessa é médico dermatologista (CRM 35165 / RQE 33407) com mais de 25 anos de atuação. Graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e possui pós-graduações em Dermatologia Cirúrgica, Medicina Estética e áreas correlatas. Atua com foco em cirurgia dermatológica, transplante capilar e procedimentos minimamente invasivos, além de ser habilitado na técnica ELFA. Atende em Brasília e também se dedica à formação de médicos em instituições especializadas.
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