Novo tratamento de câncer de próstata é agressivo e combina dois remédios, porém, passou na fase III de testes nos Estados Unidos
Um novo tratamento para combater o câncer de próstata agressivo entrou na fase final de testes e aguarda autorização do FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, para ser oferecido aos pacientes.
Novo tratamento de câncer de próstata
O novo tratamento de câncer de próstata, de caráter experimental, foi publicado no jornal científico New England Journal of Medicine. O procedimento consiste na combinação de dois medicamentos: ADT e enzalutamida – para inibir a produção da testosterona, o hormônio masculino.
Nos testes, a combinação das duas drogas reduziu o risco de metástase ou morte em 58% em relação à ADT isoladamente. Quando aplicada apenas a enzalutamida, isoladamente, o risco de metástase ou morte cai em 37% em relação à ADT isoladamente.
Perspectivas positivas
Em geral, o câncer de próstata é tratado com quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Contudo, os pesquisadores observam que, infelizmente, há muitos casos de reincidência em aproximadamente 10 anos.
Sendo assim, o pesquisador Stephen Freedland, do Cedars-Sinai, disse que as alternativas desse novo tratamento apresentaram efeitos positivos em pacientes que tiveram reincidência da doença e metástase.
“A preocupação é que a testosterona que resta estimule um crescimento de [um novo] tumor”, afirmou ele, lembrando que pacientes rejeitam a ingestão de hormônios.
Vale destacar que também nos Estados Unidos há um novo tratamento inovador, Indução de Proteínas de Choque Térmico, desenvolvido pelo médico brasileiro, radicado nos Estados Unidos, Marc Abreu. O procedimento não invasivo mede a temperatura do cérebro humano, a qual utiliza um sistema especializado de computadores e serve como tecnologia de base para a realização do tratamento de hipertermia avançada guiada pelo cérebro.
Como é o tratamento
O tratamento é baseado na terapia hormonal, de privação androgênica, cuja sigla é ADT combinado com o medicamento enzalutamida.
A ideia é reduzir a produção do hormônio sexual masculino, o testosterona, que auxilia no crescimento e disseminação de células cancerígenas da próstata, impedindo o avanço da doença.
O novo tratamento submeteu 1.068 pacientes com câncer de próstata a testes em 244 locais em 17 países.
Pelo menos 1,4 milhão de homens devem desenvolver câncer de próstata no mundo, dos quais muitos com risco de reincidência e metástase.
Os testes
Na fase de testes, foi aplicado apenas um medicamento enzalutamida e, depois houve a combinação dos dois.
Os resultados mostraram que, quando os dois medicamentos estão juntos, os percentuais de melhora são mais elevados.
Todavia, o que se observa, por enquanto, é que o novo tratamento apresenta duas desvantagens: não elimina a produção de hormônio de forma total e pode causar efeitos colaterais.
Porém, os cientistas querem avançar nesses dois aspectos também.
Próximos passos
Os próximos passos contam com a solicitação dos fabricantes da enzalutamida para que a agência norte-americana de saúde aceite a terapia experimental para que seja amplamente oferecida.
Até lá, os cientistas trabalham para solucionar os aspectos negativos do novo tratamento que são a resistência de alguns pacientes e a ausência de bloqueio total de hormônio durante a terapia.
O estudo foi financiado pela Pfizer e Astellas Pharma, co-desenvolvedoras da enzalutamida.
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/paciente-do-sexo-masculino-na-cama-conversando-com-uma-enfermeira_14603200