O cenário de inflação reflete nos gostos dos brasileiros, que abandonaram câmeras fotográficas DVDs pelos serviços de streaming, além de também separar dinheiro mais para solicitar transporte por aplicativo do que para comer
O cálculo doÍndice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, que é conhecido como oíndice oficial de inflação no Brasil, será atualizado. Com isso, novos hábitosde consumo dos brasileiros mudaram. É o caso dos serviços de streaming (Netflixe Amazon, por exemplo), além de focar também em transporte por aplicativo e atémesmo de produtos de higiene para animais domésticos. O novo método passa avaler a partir de janeiro do ano que vem.
De acordo coma pesquisa publicada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), a principal mudança desse cenário de inflação é que asdespesas com transporte por aplicativo passaram a serem maiores do que osgastos com alimentação. As preferências são pautadas pela Pesquisa de OrçamentoFamiliar (POF).
O relatóriofoi feito entre 2017 e 2018 e verificou pela primeira vez que as famíliasbrasileiras têm separado uma quantia maior do orçamento mensal para andar pelacidade do que para comprar produtos alimentícios.
Já no últimodiagnóstico, realizado entre 2008 e 2009, o peso das duas situações erapraticamente o mesmo, com ligeira vantagem para a alimentação.
Segundo ogerente de índice de Preços do IBGE, Pedro Kislanov, em declaração ao Folha PE:
“Ficamos muito tempo sem ter uma POF e temos uma mudança cada vez mais rápida no padrão tecnológico”.
O indicativodo IPCA diz respeito à preferência de consumo das famílias brasileiras quepossuem renda mensal de até 40 salários mínimos. Sobre isso, Kislanovcompletou:
“Tivemos a saída de alguns itens que não encontramos mais. Ao mesmo tempo, tivemos a entrada de produtos que estão entrando no cotidiano de milhões de brasileiros”.
Segundo onovo cálculo do IPCA, os produtos que passam a integrar este indicativo são osalimentos de preparo rápido, como suco em pó, macarrão instantâneo, além deitens voltados à vida saudável e estética, como atividade física, depilação, sobrancelha,cabeleireiro e barbeiro.
No entanto,itens que antes eram considerados de extrema importância para os brasileiros,saíram de circulação. É o caso dos aparelhos de DVD, assinatura de jornais erevistas e máquinas fotográficas (que deram espaço às câmeras mais potentesinstaladas dentro dos smartphones).
Já a questãoligada à saúde e cuidados pessoais ganhou peso no cálculo da inflação. Em contrapartida,os transportes públicos e alimentação perderam. Mesmo assim, os gastos comlocomoção por transporte por aplicativo possui o maior peso da pesquisa, com20,8%; seguido pelo setor alimentício, com 18,9%.
Kislanovainda explicou o porquê do aumento do peso do transporte:
“O aumento no peso do transporte pode ser explicado pela menor quantidade de opções desse serviço, enquanto na alimentação as famílias têm mais facilidade em trocar alguns produtos por outros, para economizar”.
Fonte: Folha PE
*Foto: Divulgação
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