Este tipo de hérnia acontece quando parte dos órgãos, geralmente o estômago, passa para dentro do tórax, por meio do alargamento do hiato, que é o orifício por onde passa o esôfago

Em primeiro lugar, não confunda a hérnia de hiato com uma hérnia de disco. Enquanto que a primeira é silenciosa e não dá para ver pelo exterior do corpo, a segunda ocorre com maior frequência na região lombar.

Em casos mais graves, a hérnia de hiato pode trazer sérios riscos, alerta o médico especialista em cirurgia do aparelho digestivo Gustavo Menelau. Sendo assim, é importante identificar os sintomas deste tipo de hérnia.

Sintomas da hérnia de hiato

No entanto, muitas hérnias de hiato não costumam apresentar sintomas, especialmente se forem pequenas, ressalta Dr. Gustavo Menelau. Porém, elas podem causar:

• dificuldade para engolir;
• cansaço fácil;
• sensação de queimadura;
• tosse;
• palpitações e arritmia.

Mas, à medida que ganha tamanho, a hérnia passa a produzir sintomas. A pessoa pode sentir dores no peito, às vezes confundidas com infarto. Em algumas situações, leva ao mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior, válvula que garante que os restos de alimentos não retornem ao esôfago. Quando isso ocorre, os ácidos do estômago sobem e provocam queimação e refluxo.

Fatores de risco

Uma hérnia de hiato pode gerar ganho de peso, tosse ou constipação crônica, além de prejudicar uma gestação.

Como surge a hérnia de hiato

O diafragma é um músculo que separa o tórax do abdômen. Ele possui um orifício por meio do qual passa o esôfago, órgão que começa no pescoço e leva a comida recém-engolida até o estômago. Esse orifício é chamado de hiato, ou, para os mais técnicos, hiato esofagiano.

Todavia, há outros ligamentos que mantêm a parte inferior do esôfago no lugar certo, dentro do abdômen. Porém, às vezes essas estruturas sofrem um relaxamento ou o hiato se alarga. E é quando faz com que parte do esôfago escape do orifício em direção ao tórax, formando a hérnia.

Tipos de hérnia de hiato

Há dois tipos de hérnia de hiato. A mais comum é a por deslizamento, que consiste no deslocamento do esôfago pelo hiato. Já na paraesofágica, a junção entre esôfago e estômago segue bem, porém, parte do estômago se projeta pelo hiato.

Tratamento cirúrgico

Gustavo Menelau reforça que em casos mais graves, o tratamento deve ser cirúrgico. Isso porque se ela for muito volumosa, passa a disputar espaço com o coração e alterar o ritmo cardíaco. E também pode afetar a irrigação do estômago. Nesses casos, indica-se a cirurgia, que recoloca a porção que passou pelo orifício na posição original e recompõe o hiato.

A operação pode ser sugerida ainda para a reconstrução da anatomia do esfíncter esofágico inferior quando o refluxo for mais grave. O procedimento eleva sua elasticidade e assegura que ácidos e alimentos não subam pelo esôfago.

Casos leves e assintomáticos

Em casos mais leves, o médico afirma que um estilo de vida saudável, a partir de uma dieta apropriada, faz com que o paciente consiga manter seu peso ideal, que é a base para evitar a hérnia de hiato. Já os assintomáticos podem ser tratados com medicamentos.

Além disso, se a hérnia for pequena e assintomática, não é preciso erradicá-la. No entanto, quando ela cresce, pode comprometer outros órgãos e a qualidade de vida.

Como evitar o refluxo provocado pela hérnia de hiato

Por fim, é possível evitar o refluxo com as dicas abaixo:

• comer lenta e espaçadamente, em intervalos de três horas;
• evitar refeições pesadas duas horas e meia antes de dormir;
• elevar a cabeceira da cama quando se deitar;
• moderar o consumo de comida gordurosa ou bem temperada;
• evitar bebidas com gás e reduzir a ingestão de álcool;
• se estiver acima do peso, buscar emagrecer;
• parar de fumar, pois o cigarro piora a situação;
• utilizar remédios específicos se o médico os prescrever.