A estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) está em fase de negociações com a Petrobras. O motivo seria para que a petroleira brasileira atuasse como agente de vendas da produção do pré-sal que pertence à União. A expectativa é que o acordo seja firmado até o fim de 2019, conforme declaração do presidente da empresa, José Eduardo Gerk à Reuters.
Pré-sal
A PPSA já havia tentando antes estipular um acordo com a Petrobras, mas, no entanto, as conversas daquela época não avançaram.
O petróleo pertencente à União é aquele que é produzido por companhias que realizaram ofertas do produto em leilões do pré-sal, incluindo a própria Petrobras nestes certames. A disputa é decidida por quem executa a maior oferta de óleo ao Estado. Em entrevista em seu escritório, na sede da empresa no Rio de Janeiro, ele afirmou:
“Desde que eu estou aqui, o andamento das negociações… com a Petrobras tem avançado, e a gente espera até que consiga chegar a um bom termo até o fim do ano”.
Gerk não entrou em detalhes sobre o que possa ter dado errado na negociação anterior com a Petrobras.
Volume do petróleo
Em 2018, a PPSA negociou volumes de petróleo por meio de venda spot e em leilão. Com isso, fechou acordos que hoje são suficientes para os próximos dois ou três anos.
No entanto, de agora em diante, a melhor solução seria a contratação da Petrobras para comercializar o pré-sal. Porém, a estatal ligada à União também não descarta a participação em novos leilões.
Gerk acredita que a resposta positiva da petroleira poderá chegar, em decorrência de volumes expressivos de petróleo e que a União terá direito no futuro. A Petrobras não se manifestou ainda sobre as negociações.
Pré-sal e barris de petróleo
Divulgado no ano passado pela PPSA, um relatório onde foi previsto que a parcela de produção da União nos 14 contratos de partilha fixados até este momento deveria alcançar 250 mil barris de petróleo por dia (bpd) em 2028, ante os poucos milhares de barris diários de hoje.
Todavia, tais probabilidades em relação à parcela de petróleo da União no futuro deverão ser revistas depois que os leilões de pré-sal acontecerem em novembro. Gerk também ressalta que em função desses estudos há a perspectiva desse volume dobrar para 500 mil bpd.
Megaleilão
Em 6 de novembro acontecerá o megaleilão de volumes excedentes da cessão onerosa, no pré-sal da Bacia de Santos, em que se deposita grande parte dessa expectativa. Com isso, aproximadamente R$ 106 bilhões poderão ser repassados à União em forma de bônus de assinatura fixos. Mas somente se todas as quatro áreas forem negociadas.
Além disso, nesta rodada, os ativos ofertados já possuem declaração de comercialidade. Um deles, o campo de Búzios, já se encontra em fase de produção.
Outra licitação, marcada para 7 de novembro, diz respeito à 6ª Rodada de Partilha do pré-sal, em que outras áreas promissoras serão ofertadas.
Contração de pessoal
De acordo com o avanço da produção do pré-sal, também será necessário a contratação de pessoal na PPSA, mas antes deve ser observado o ritmo de crescimento do negócio. Hoje, a estatal possui 44 funcionários e está em elaboração de um plano em relação a cargos e salários, para ser aprovado pelo Ministério da Economia, no primeiro semestre de 2020.
Conforme aprovação, a intenção é promover um concurso público para o fim do ano que vem com a tomada de posse dos novos funcionários para 2021. A princípio, a ideia é contratar em torno de 50 concursados, mas este índice pode subir, caso a velocidade de desenvolvimento de campos do pré-sal aumente.
Sobre a questão de o governo estar devendo recursos à PPSA, Gerk disse que o problema já foi solucionado e que o governo pagará os cerca de R$ 109 milhões entre este ano e o próximo, que são referentes à 5ª e 5ª Rodadas do pré-sal. O executivo finalizou a entrevista dizendo que os recursos atuais de que dispõe a estatal são suficientes para as atividades que já estão em curso.
Fonte: revista EXAME (Reuters)
*Foto: Divulgação