Filmes feitos no celular gera mostra audiovisual de cinema de rua, com produções de 30 crianças e adolescentes participantes de curso promovido por um projeto social
Geralmente, o celular é meio de comunicação, distração e interação para as pessoas. Mas, para as crianças e adolescentes do pequeno Distrito de Upatinga, Zona Rural de Aliança, Zona da Mata de Pernambuco, um smartphone significa ter em mãos uma poderosa ferramenta de transformação e criatividade.
Filmes feitos no celular
Para esses jovens, filhos de trabalhadores rurais e da lavoura, poder ter a chance de realizar filmes feitos no celular resultou na 1ª Mostra de Cinema de Rua. Mais de 30 crianças e adolescentes participaram do projeto. Esta é a primeira vez que o público infanto-juvenil da comunidade tem a oportunidade de contar, sob a ótica de sua vivência, tudo sobre a cultura e a realidade local.
Aberto ao público, o evento ocorre em frente à sede do Ponto de Cultura 15 de Novembro, instalado no Distrito, a 90 km do Recife.
Lei Paulo Gustavo
Vale dizer que a iniciativa conta com apoio da Lei Paulo Gustavo e o Governo de Pernambuco. Intitulada de Projeto Compassos na Tela exibiu na noite de sábado (14), cinco vídeos produzidos pelos alunos do curso. Os temas, roteiro e abordagem de cada filme foram definidos entre os alunos. Além disso, as produções audiovisuais com celular dão destaque às ações culturais e socioeducativas desenvolvidas na própria localidade de Upatininga.
Temas
Há um filme em particular que fala sobre a cultura do frevo. Já outra produção fala sobre a participação das crianças no maracatu rural, e também do trabalho dos brincantes da comunidade para manter a tradição viva pelo olhar das crianças.
Sobre a iniciativa
O Projeto Compassos na Tela é uma iniciativa de interação de linguagem do audiovisual que busca trabalhar, paralelamente, com as metodologias e linguagens desenvolvidas nas aulas, processos criativos que são desenvolvidos dentro Escola de Frevo Zezé Corrêa – espaço cultural em operação na comunidade, e mantido pelo Ponto de Cultura 15 de Novembro.
Legendas LSE
Vale dizer que todos os vídeos do projeto contam com legendas para surdos e ensurdecidos (LSE), como medida de acessibilidade.
Por fim, segundo o ministrante do curso, Adri Popular, o projeto é fundamental para a cultura popular pernambucana, uma vez que registra os saberes orais dos mestres, dos brincantes. E que, portanto, é essencial para a manutenção da cultura viva. Sendo assim, o celular é uma ferramenta tão acessível e precisa ser visto e usado como um aliado no registro, documentação, preservação, salvaguarda e difusão da cultura e história.
Fonte: Foto de freepik na Freepik