Texto sobre a utilização da cloroquina em caso de Covid-19 é alterado por órgão de saúde dos Estados Unidos e o presidente Donald Trump se mostra otimista em relação ao medicamento
As discussões em torno do uso da cloroquina em caso de Covid-19 e também da hidroxicloroquina fizeram o Centro de Prevenção e Controle de Doença dos EUA (CDC, em inglês) retirar de seu site as orientações para os médicos, em relação à prescrição desta substância nos casos de coronavírus.
Uso da cloroquina em caso de Covid-19
Além disso, o presidente Donald Trump tem se mostrado otimista sobre o medicamento, usado hoje no tratamento de doenças como malária, lúpus e artrite reumatoide. Com isso, aconteceu uma corrida desesperada às farmácias norte-americanas nas últimas semanas.
Tanto a cloroquina, como sua variante, a hidroxicloroquina, apresentou resultados promissores em dois estudos, preliminares, contra o novo coronavírus, porém, ainda não existe provas de sua verdadeira eficiência.
Já na página do CBC, chamada “informações para clínicos sobre opções terapêuticas para pacientes com Covid-19” estava escrito que, “embora dosagem e duração da hidroxicloroquina no tratamento para a Covid-19 sejam desconhecidas, alguns clínicos dos EUA têm reportado” formas de prescrever o remédio nesses casos.
Porém, com a mudança de opinião sobre o uso da cloroquina em casos de Covid-19, agora o site do órgão de saúde diz que “não há medicamentos ou outros terapêuticos aprovados pela FDA (agência reguladora de alimentos e medicamentos nos EUA) para prevenir ou tratar a Covid-19”.
Passagem inicial
Antes da mudança no site do CDC, o texto gerou discussão na comunidade médica, já que não mencionava nenhum episódio científico. Com isso, especialistas disseram à agência de notícias Reuters que os termos usados eram incomuns, já que eram “baseados em relatos”.
Ainda segundo a Reuters, a primeira orientação foi elaborada pelo CDC após Trump pressionar pessoalmente autoridades de saúde para tentar tornar o medicamente amplamente mais disponível para o tratamento da Covid-19. No entanto, ao ser questionado sobre sua real eficácia, o presidente tem sido ambíguo e, mesmo que defenda o remédio, ele encerra suas declarações com “mas não sou médico”.
Já no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro também defende o uso de cloroquina em casos de Covid-19. Ontem (8), o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse que recomenda a utilização do remédio a pacientes em estado grave. No entanto, ele afirma que não vai alterar o protocolo antes de evidências científicas mais vigorosas sobre, em relação à segurança da droga nos casos de infecção por coronavírus.
Fonte: Folha de Pernambuco
*Foto: Divulgação