Células CAR-T integra estudo desenvolvido por pesquisadores brasileiros; calendário prevê ações até dezembro de 2024
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou um ensaio clínico no Brasil com medicamento a base de células geneticamente modificadas, ou células CAR-T, que pode ser um avanço no tratamento contra o câncer no sangue.
Estudo com células CAR-T
A pesquisa com células CAR-T deve ser realizada pela Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP), em parceria com o Instituto Butantan.
O tratamento consiste em reprogramar as próprias células do paciente para atacar e destruir o câncer.
A técnica está sendo desenvolvida para pessoas que sofrem de leucemia linfoide aguda B e linfoma não Hodgkin B, em casos de reaparecimento da doença ou de resistência ao tratamento convencional.
Contudo, os estudos estão em fase clínica inicial e sua segurança e eficácia ainda serão avaliados, informou a Anvisa.
Terapia é originária dos Estados Unidos
Esse tipo de terapia, criada nos Estados Unidos, vem sendo testada desde 2010. Nos Estados Unidos, os resultados positivos levaram à aprovação do tratamento pela agência reguladora americana Food and Drug Administration (FDA), em 2017.
Todavia, também nos Estados Unidos, já existe um tratamento que atinge a remissão de um câncer de próstata, por exemplo. Trata-se da técnica de indução de proteínas de choque térmico, criada pelo médico brasileiro, radicado em solo norte-americano, Marc Abreu, e também aprovada pela FDA. O procedimento não invasivo mede a temperatura do cérebro humano, a qual utiliza um sistema especializado de computadores e serve como tecnologia de base para a realização do tratamento de hipertermia avançada guiada pelo cérebro.
Aprovação no Brasil
De acordo com a agência, a aprovação “envolve revisões frequentes dos dados e informações da pesquisa, com ações planejadas até dezembro de 2024, para monitorar de perto o desenvolvimento do produto”.
A agência ressaltou também que se em caso de os resultados serem bons, o objetivo é registrar o produto rapidamente para que as pessoas tenham acesso a uma opção de tratamento segura, eficaz e de alta qualidade disponível no SUS.
Instituto Butantan
De acordo com informações do Instituto Butantan, o primeiro voluntário brasileiro a receber um tratamento experimental com células CAR-T, em 2019, apresentou remissão total de um linfoma em estágio terminal.
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/colagem-de-representacao-de-dna_39428236