Projeto para crianças com autismo é pioneiro em Pernambuco no tratamento e acolhimento de pessoas com TEA, e a instituição Casa Azul também foi tema de uma audiência pública
Um projeto para crianças com autismo vem recebendo ajuda da instituição Casa Azul. A entidade também auxilia adolescentes com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O espaço fica no município de Macaparana, na Zona da Mata Norte pernambucana. Além disso, a iniciativa foi tema de uma audiência na última quinta-feira (19).
Projeto para crianças com autismo
Durante a audiência, foram discutidas ideias para ampliar a casa em outros municípios pernambucanos, especialmente na Mata Norte. O objetivo é que os familiares e pacientes não precisem se deslocar até o Recife para um tratamento de saúde de qualidade.
A audiência foi promovida pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Já o autor do projeto é o presidente da Comissão de Administração Pública da Alepe, o deputado Antônio Moraes (PP).
Sobre isso, ele destacou:
“As audiências públicas servem para despertar nas autoridades, prefeitos, e secretários de saúde, a necessidade de fazer investimentos nesta área do autismo. Primeiro por conta da dificuldade natural que essas famílias têm quando tem uma criança autista, segundo porque qualquer tipo de atendimento que fosse necessário fazer, você tinha que ir para o Recife e lá o único local que atende é o Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros).”
Atendimento
Atualmente, a instituição atende 92 crianças e adolescentes, além de contar com uma equipe multidisciplinar, com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicopedagogas.
Segundo a coordenadora da instituição, Tatiana Albuquerque, que também é mãe de uma criança com autismo:
“A gente sabe que pessoas dentro do espectro precisam de terapias, desse acompanhamento e a gente levava os nossos filhos para Recife, para Carpina, para lugares distantes, e às vezes eles ficavam desregulados e quando chegavam lá a terapia não tinha aproveitamento. Talvez as pessoas que conheçam o espaço digam que é muito simples, mas é um simples concreto, que funciona, que faz toda diferença na vida dos nossos filhos.”
Atenção à saúde mental
A iniciativa criada e inaugurada em março deste ano foi o início de tudo no que diz respeito à atenção do município à saúde mental. E ainda um alerta ao governo municipal reestruturar toda a rede. A criação de um Centro de Atenção Psicossocial na cidade é um dos projetos que a prefeitura pretende realizar.
De acordo com Aline Cabral, secretária de Saúde de Macaparana:
“A ideia é que a gente abra o serviço porque é uma necessidade urgente do município e seja custeado por recursos próprios até que o sistema do Governo Federal seja aberto e a gente consiga fazer o credenciamento dessa unidade. A casa azul vem como uma proposta de um atendimento de crianças com autismo, mas temos outras demandas que ficam naquele vazio assistencial.”
Equoterapia
Contudo, durante a reunião, o Major Arruda, da Cavalaria da Polícia Militar de Pernambuco, explicou sobre a equoterapia. O método utiliza o cavalo como auxílio no tratamento das crianças e adolescentes com autismo.
Todavia, a equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais.
Como foi a audiência pública
Por fim, na audiência pública, centenas de pessoas se reuniram, entre prefeitos, secretários de saúde, assistentes sociais, especialistas no assunto, familiares de pacientes e associações voltadas para o tema. Os presentes conheceram, também, a sede da Casa Azul.
*Foto: Reprodução