Orçamento da Funarte mais do que dobrou em comparação à 2019, em que a verba foi de R$ 16 milhões
O maestro Dante Mantovani, presidente da Fundação Nacional de Artes – a Funarte, anunciou na última quinta-feira (16), que o órgão possuirá em 2020 uma verba de R$ 38 milhões para investimento de projetos. A Funarte é responsável por fomentar diferentes áreas da cultura, como artes visuais, o circo, a dança, a música e o teatro.
Orçamento da Funarte em 2020
De acordo com informações da Folha da S. Paulo, o valor da verba deste ano demonstra um aumento de 137% em comparação ao orçamento de 2019 para as atividades finalísticas, que foi de R$ 16 milhões. Tal crescimento deste número revela a continuação da tendência de uma recuperação dos investimentos nessas atividades culturais, que foi iniciada em 2018.
Com a crise que assola o país nesta área da economia, a Funarte teve sua verba para atividades finalísticas reduzida entre os anos de 2015 e 2018. Em 2015, foram investidos R$ 23,6 milhões. No ano seguinte, o valor despencou para R$ 12 milhões, caindo mais em 2017, registrando a marca de R$ 7,3 milhões.
Coletiva de imprensa
O maestro Dante Mantovani apresentou a jornalistas, em uma coletiva de imprensa, 14 metas que a fundação almeja desenvolver neste ano, entre eles: o Sistema Nacional de Orquestras Sociais, por meio da implementação de um programa de orquestra-escola em todas as regiões do Brasil. De acordo com ele, a ideia do projeto é ajudar a extirpar o analfabetismo, a pobreza e a violência no país através das artes.
Outra meta anunciada diz respeito à recuperação da infraestrutura dos imóveis da Funarte no país. No Rio de Janeiro, serão elaborados projetos arquitetônicos para cinco espaços, entre os quais: o Centro de Documentação e Informação (Cedoc).
Investimento de empresários na Funarte
Além disso, Mantovani também quer incentivar a cultura de mecenato, fazendo com que empresários invistam nesta atividade artística. Já está previsto, por exemplo, a criação do Sistema Nacional de incentivo e promoção da Arte e aos Artistas.
O maestro foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, em dezembro, como parte da reforma no quadro de funcionários da Secretaria Especial da Cultura. Ele disse na quinta-feira que é necessário encerrar com o preconceito que ainda existe contra o artista e contra a lei Rouanet.
Para ele, o governo enxerga com “bons olhos” as companhias que aportam recursos à lei. Porém, os empresários ainda possuem preconceito:
“Eu já ouvi muitos departamentos contábeis reclamarem disso, que tem medo de patrocinar e dar problema contábil.”
Vale lembrar que o presidente da Funarte já gravou um vídeo em que afirmava o rock leva ao aborto e ao satanismo, e ainda disse que é preciso haver uma separação entre a arte e a política:
“Quando você mistura os dois, não é arte, é propaganda ideológica.”
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Reprodução